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sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Ainda sobre Faroeste
Esta semana fui ao novo Shopping comprar ingresso para AVATAR (com lugar numerado no IMAX 3D). Só havia para a próxima quinta-feira. Acabei assistindo à nova versão do Sherlock Holmes. Gostei!
Ainda estou de férias, por isso peguei uns DVDs na Video1.

Acabo de ver dois bang bangs no melhor estilo em produção recente (2008): Rastro Perdido (com Robert Duvall e Thomas Haden Church) e Pacto de Justiça (com o mesmo e bom Robert Duvall de sempre, acompanhado do ótimo Kevin Costner - que dirige este épico). Excelentes!
Já comentei em ‘post’ anterior que tambelm estou apreveitando a chuva para rever os clássicos do velho oeste.

A morte não manda recado, direção de Sam Peckinpah é imperdível. Os fora-da-lei são objeto cult na sétima arte. Ver Cavalgada dos Proscritos - que retrata a vida do Jesse James - com os irmãos David e Keith Carradine; e os irmãos James e Stacy Keach entre os protagonistas das famílias. Também foi bom rever o Henry Fonda (ainda moço) em Consciências Mortas, considerado entre as melhores produções hollywoodianas do gênero. O título em português refere-se a uma parte do bando que promove os enforvamentos. Em inglês 'The Ox-Bow Incident' remete ao caso real ocorrido no fim dos anos 1880 em que foram enforcados três inocentes sem julgamento. A Justiça não pode ser feita pelas próprias mãos, precisa haver o império da ordem no cumprimento das Leis.É filme em preto e branco que, no fim, pode fazer parte da platéia levantar com algum drama de consciência. Deve tomar café forte e amargo.
Clássicos imperdíveis merecem ser revistos periodicamente, como os dirigidos por Howard Hanks: Onde Começa o Inferno e, também Rio Bravo. Este último com John Wayne, Dean Matin, e Angie Dickinson.

Se você é do tipo que prefere uma história divertida no tempo das diligências, sem qualquer compromisso além de boas risadas, veja Silverado (esta entre os mais procurados da locadora). Kevin Kline é um humorista nato. Veja ainda o Kevin Costner bem jovem.

O faroeste continua...
Digo sempre aos meus filhos (recém-saídos da adolescência) que ver filmes de mocinho pode ser bem estimulante. Provoca alguma reflexão e atitude sobre quando a lei do mais forte imperava...
Para além (ou aquém) do imaginário da 'sétima arte' fica a nossa realidade. A situação do Brasil atual parece inspirada em alguns 'filmes B' sobre o velho oeste. Algumas famílias continuam formando bandos hoje em dia, como os dos irmãos James e Youngers. Bandidos de colarinho branco e políticos com imunidade parlamentar são mais perigosos que os colt 45 dos antigos ladrões de gado ou assaltantes de bancos.
E há quem só tenha medo dos traficantes e trombadinhas na esquina...

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Sobre Autobiografias
Precisarei explicar porque os post são autobiográficos? (Talvez não fosse necessário). Se me questionam é porque podem supor que algum dia tive a pretensão de ser romancista. A literatura é (ninguém mais duvida) uma das formas mais produtivas para se tomar conhecimento da natureza humana. Desde muito cedo, aos cinco anos, quando mamãe me ensinou a ler e escrever, sonhava me tornar escritor. Mas, aos poucos, tomado pela crescente voracidade de novas leituras, fui deixando aquele sonho ingênuo. Aos nove anos criei uma biblioteca volante que cabia num baú junto com meu irmão e meu primo Salvador. Tinha uma regra escrita sobre como tornar-se sócio. Uma das condições era doar dois livros para se filiar. Levávamos o caixão de livros pelas ruas próximas de minha casa, fazendo empréstimos para os vizinhos, promovendo o intercâmbio de livros e leituras. No começo da adolescência não me tornei livreiro por falta de capital. Supunha que precisaria dispor de muito dinheiro para a compra dos livros a serem revendidos. Nada entendia de investimento, financiamento, consignação... Nem imaginava na época a existência da profissão de bibliotecário. Gostava mesmo desses objetos mágicos feitos de maços de papel, com porções intermináveis de letras impressas que me transportavam para mundos inimagináveis. Aos 13 anos todos nos julgamos poeta. Um professor de língua portuguesa no colégio sempre dava nota 100 para minhas redações, pedia para eu ler em pé, em frente da turma. Extremamente tímido, muito magro e alto, envergonhado, além de tudo eu era canhoto. Tinha um jeito desengonçado naquela conhecida fase de crescimento explosivo. Recebi nesse tempo diversos apelidos: Sarrafo, Pernalta, Garibaldo, Professor Pardal, ... As transformações juvenis ocorrem rapidamente. Foram todos passageiros, nenhum pegou. Como somos expostos a todo tipo de sujeições nesta fase. Quando me queixava de dor nos pés, lembro meu pai estrilando comigo: “Como isso agora? Não faz um mês que compramos o calçado e estava bem folgado para seu tamanho!” Ele não conseguia admitir: eu crescia alguns centímetros a cada mês. Aos 14 anos já calçava numero 44 e media mais de 1,80m de altura. entre outras coisas isso me tornava completamente acanhado. Morávamos na rua Desembargador Motta, entre a Comendador e a Vicente Machado, ao lado da casa de meus avós. Eu ouvia que era proibido usar a mão esquerda. Diziam que era “a mão do diabo”. Um dia vovô amarrou meu braço nas costas para eu aprender a usar um lapis com a mão direita. Colocou ferramentas em minha mão para eu praticar. Sem que se soubesse exatamente a causa, fiquei gago. Assim acabaram as leituras de minhas composições ginasiais. Por um tempo recrudesceu o futuro extrovertido, cresceu só o desejo de poesia. Continuava escrevendo, mas agora eram secretos cadernos que ninguém jamais leu. Escondi os textos (e a mim mesmo) afundado em leituras. Um gosto de então eram os aforismos.

Quem conhece a sua ignorância revela a mais profunda sapiência.
Quem ignora a sua ignorância vive na mais profunda ilusão. Lao-Tsé.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Resposta Naturalista

Poêmico Polêmico

Alguém me mandou um e-mail dizendo que escrevo sobre coisas banais e pessoais no Blog. Natural! Quero responder aqui mesmo e expressar com liberdade tudo que me aprouver. Existem regras para o blog e eu as respeito. Deve ser assim para todos. Mas também podemos estudar mudanças de regra, desde que sejam decididas em consenso e sejam legais, legítimas e justas.

Estou apenas fazendo uma espécie de Crônica do Cotidiano. Se é personalista? Como 'ausentar-se de sua identidade' para deixar de sê-lo? E porquê? Escrevo sobre minha cidade e sobre o que nela vivo. Inclusive, especialmente, o que sinto, penso, sonho... "o homem mais sua circunstância" - lembra de Ortega y Gasset? É sobre minha vida, mas pode ser a de qualquer um. Sou apenas mais um neste planeta. A propósito, partilho dos questionamentos de Italo Calvino em seu livro Seis propostas para o próximo milênio (1990: 138):

“Quem somos nós, quem é cada um de nós, senão uma combinatória de experiências, de leituras, de imaginações? Cada vida é uma enciclopédia, uma biblioteca, um inventário de objetos, uma amostragem de estilos, onde tudo pode ser continuamente remexido e reorganizado de todas as maneiras possíveis.”

Gosto disso. Que bom que é assim. Se Você concorda, que bom! Se discorda, que bom!

Continue escrevendo, vamos 'trocar mais figurinhas'. Não para ficarmos mais parecidos (Identidades), mas para sermos, talvez, cada vez mais diferentes e aceitarmos isso. Meu amigo Carlos Careqa tem uma música que diz "Ser igual é legal". Respeito sua opinião e poética, mas discordo totalmente. Viva a diferença!

Para muitos é difícil começar a aceitar as diferenças, todas, (Alteridades). É preciso de um certo esforço para isso: compreender o 'outro'. O dessemelhante e até o 'estranho' fazem parte da riqueza dessa nossa humanidade. Isso caracteriza a espécie do homo 'Sapiens Demens', conforme conceito de Edgar Morin.

Há um antigo pensamento africano que sintetiza muito bem isso: "Eu sou Nós".

Cinema

Revendo os Clássicos
Sou cinéfilo ‘desde criancinha’ (como se diz!) e nestas férias preguiçosas de início de ano resolvi rever alguns dos velhos e bons ‘Bang-Bang’. As tardes chuvosas de Curitiba estão convidando. Tenho revisto o melhor do Faroeste.

Meus filhos, nascidos em 1985 e 87, herdaram o gosto pela fantástica diversão do imaginário. Quando eram garotos pequenos, semanalmente alugávamos filmes de vários gêneros, tentando agradar as preferências de cada um. O mais velho gostava de assistir ficção científica e aventuras; o mais novo escolhia os velhos cawboys e as comédias; a mulher sempre queria romance e drama. Para quem aprecia cinema de arte e documentário (cheguei a fazer cinema Super-8 na década de 70) os VHS eram mais difíceis de encontrar (ainda não haviam surgido os DVDs). Como cinema para mim é paixão, então, além dos meus preferidos, via de tudo.


Peguei esses clássicos na Vídeo1 – minha locadora há décadas – para reavivar a memória das velhas histórias e emoções.

Alguns dos títulos: Matar ou Morrer; Johnny Guitar; Perseguição implacável; Meu Ódio será sua Herança; A Caçada; A Árvore dos Enforcados; Quando explode a Vingança; Butch Cassidy; Era uma vez no Oeste; O Homem do Oeste; Pat Garrett e Billy the Kid; Homens Indomáveis;

Os filmes A Árvore dos Enforcados e Acima da Lei foram transcritos de VHS para DVD mas não estão rematerizados, e são bastante ruins em termos de imagem, além de não serem os melhores do gênero (talvez por isso mesmo, não foram reeditados).

Nos próximos dias quero revisitar outros clássicos como: O Preço de um Homem; Hombre, com Paul Newman; e assistir John Wayne na sua melhor forma em No tempo das Diligências, assim como Os Imperdoáveis (Clint Eastwood), entre outros... Depois comento.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Branca de Neve


A foto da saleta remete a outros tempos em algum lugar, talvez distante. A época: primeira metade Século XX (circa 1940).

Seu autor, importante fotógrafo, mas conhecido apenas por aficionados e especialistas, foi (sem o saber) ótimo etnógrafo - A.Wischral - identificado no discreto carimbo (canto inferior esquerdo) .

A cidade...



O pequeno castelo lembra uma paisagem alpina.

Seria Switzerland ou Viena? França?

Talvez mais ao norte, arredores de uma vila norueguesa...

Europa?



Cedo naquela manhã, muitos curitibanos olhavam pelas janelas sem acreditar. Estava tudo branco. Boa parte das pessoas que hoje circulam pela cidade ainda não haviam nascido. Muitos dos mais velhos ainda viviam em suas cidades de origem.

Todos saíram às ruas e se divertiram com a novidade...

Curitiba 17 de jul. 1975

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Certo/errado, direita/esquerda, verdade/mentira.

Há cerca de um mês, discute-se (outra vez?) o tema da censura e da liberdade de opinião, tornadas publicas pela imprensa. Tudo re/começado por recente (discutível) proposta do Governo Federal.
A polêmica tem provocado as mais diversas e contraditórias manifestações no Congresso Nacional. Seria o caso de discutir a verdade sobre a “verdade”.
Cabe à OAB e a alguns outros grandes fóruns com credibilidade no país, refletir sobre a privacidade e a liberdade do cidadão. O público e o privado voltam a ter suas fronteiras redimensionadas e redefinidas?

Lembrei do livro de John Grisham – O Dossiê Pelicano – e do filme homônimo, onde uma jovem estudante de Direito afirma que a decisão da Suprema Corte dos EUA está errada. É um caso real. Julia Roberts é protagonista. Poucos anos depois aquela decisão seria revista.

Estas questões me remeteram a lembranças que considero interessantes sobre algumas decisões políticas. Sobretudo recordo um pequeno artigo do jornalista Ruy Fabiano (Brasília, novembro, 2005), denominado Por que o Governo Lula não cai?

Naquela altura dos acontecimentos se discutia a crise de corrupção (Valérioduto, Delúbio Soares, Waldomiro Diniz e Zé Dirceu) . Chegaram a falar em possível ‘impeachment’ do Lula, lembram?

Cinco anos se passaram e a roda da vida (e da política) girando...
Um parágrafo daquele artigo ficou registrado na memória do meu PC. Cito-o por parecer esclarecedor para o momento:

O clamor popular resulta da mobilização das lideranças. Não se dá por combustão espontânea. Não haveria Revolução Francesa se os intelectuais burgueses não acordassem as massas de seu torpor multissecular, instigando-as contra a nobreza.

O jornalismo opinativo e panfletário data de então, assim como os termos “esquerda” e “direita”, para designar o perfil ideológico dos agentes políticos. O representante da Assembléia Nacional francesa, que defendia os interesses do povo, sentava-se à esquerda do rei; o da nobreza, à direita.

Desde então, sabe-se que o que se convencionou chamar de opinião pública é, na verdade, opinião publicada. Mais ainda hoje em dia, em plena “idade mídia”.


Será que o problema está nos veículos de comunicação, ‘fabricantes de crises’?

Teimam em tentar reinventar a roda...

Sobre Revistas

Revista Kosmos, Rio de Janeiro, nov. 1908.

Como diria Italo Calvino: "O olho não vê coisas, mas imagens de coisas que significam outras coisas".

Inaugurado o século XX no Brasil e no mundo os ares da modernidade e da urbanização começam a mudar a a face e o corpo das pessoas.

Em diversas cidades novos periódicos começam a ser editados, alguns são revistas ilustradas (com fotos em preto e branco - grande inovação).

Em geral vêm a público mensalmente e são ansiadas por todos, ávidos por novidades.

Tratam de diversos assuntos: Direitos a voto e acesso a universidade para as mulheres, divórcio, direito de propriedade.

No mais, amenidades: crônicas, poesia, pequenas reportagens... Mas a corrente de História das Idéias nos mostra que tais publicações foram determinantes para mudança das mentalidades...

Curitiba, 1946.
Começa a sair
Joaquim - a 'revista para moços' (para 'abrir' olhos e mentes)

(sobre isto ainda teremos a tratar)